O que o último Boletim Focus Projeta para o Brasil
Essa análise detalhada dos principais indicadores econômicos revela um cenário de ajustes graduais, com desafios no curto prazo, mas perspectivas de estabilização nos anos seguintes. Apesar das pressões inflacionárias e do crescimento econômico modesto, as projeções para 2026 e anos subsequentes sinalizam moderação da inflação e redução gradual da Selic, sugerindo um horizonte de maior estabilidade. O equilíbrio cambial e a convergência do IGP-M ao IPCA reforçam a expectativa de normalização dos indicadores econômicos. Além disso, o resultado nominal do governo mostra avanços na gestão fiscal, embora ainda haja espaço para melhorias significativas.
IPCA
As projeções para o IPCA em 2025 apresentaram uma nova redução, passando de 4,80% para 4,78%, após semanas consecutivas de ajustes (18 semanas seguidas de diminuição). Para 2026, a previsão foi levemente reduzida, passando de 4,30% para 4,28%, refletindo um cenário de desaceleração gradual da inflação. Nos meses de setembro, outubro e novembro de 2025, as variações mensais projetadas são de 0,42%, 0,43% e 0,45%, respectivamente, sugerindo certa estabilidade ao longo do ano. Para os anos seguintes, como 2027 e 2028, as projeções indicam convergência para patamares mais próximos da meta central de 3,75%, com taxas em torno de 4,00%.
PIB
O crescimento do PIB para 2025 foi ajustado para cima, passando de 2,12% para 2,13%, indicando uma recuperação ligeiramente mais robusta que a esperada anteriormente. Para 2026, a expectativa também foi revisada para cima, subindo de 1,82% para 1,83%, sinalizando uma melhora nas perspectivas econômicas. Apesar disso, o mercado continua cauteloso quanto à sustentabilidade dessa recuperação, especialmente diante de incertezas fiscais e externas. Para 2027 e 2028, as projeções seguem estáveis em 2,00%, sujeitas a revisões conforme novos dados sejam incorporados.
Câmbio
A taxa de câmbio para 2025 apresentou uma leve desvalorização, passando de R$ 5,75/US$ para R$ 5,74/US$, refletindo uma tendência de estabilidade no curto prazo. Para 2026, a projeção é de R$ 5,74/US$, indicando uma manutenção do nível atual no médio prazo. Nos meses de setembro, outubro e novembro de 2025, as previsões apontam para uma estabilidade cambial, com cotações projetadas em R$ 5,85, R$ 5,85 e R$ 5,85, respectivamente.
Selic
A taxa Selic segue elevada em 15,00% ao ano para 2025, sem alterações significativas nas últimas semanas. Para 2026, a expectativa de corte permanece em 12,50%, refletindo a perspectiva de inflação mais controlada no médio prazo. Contudo, analistas destacam que mudanças na trajetória da taxa dependerão do comportamento dos preços administrados e do cenário fiscal. Para 2027 e 2028, as projeções indicam reduções graduais, com taxas em 10,50% e 10,00%, respectivamente.
IGP-M
O IGP-M projeta uma alta de 5,05% para 2025, refletindo pressões moderadas nos preços de commodities e serviços. Para 2026, a previsão é de 4,28%, alinhando-se à tendência de desaceleração do IPCA. Nos meses de setembro, outubro e novembro de 2025, as variações mensais estimadas são de 0,42%, 0,43% e 0,45%, respectivamente, sugerindo certa estabilidade. Para os anos seguintes, as projeções indicam taxas em torno de 4,00%, ainda acima do nível considerado neutro para a economia.
Resumo
O Boletim Focus de 29 de setembro de 2025 reforça um cenário de transição para a economia brasileira. Em 2025, a inflação segue acima da meta, enquanto o PIB avança modestamente. O câmbio mantém estabilidade, e a Selic permanece elevada, com cortes esperados apenas a partir de 2026. O IGP-M acompanha a trajetória do IPCA, com desaceleração gradual. Para os anos seguintes, as projeções sugerem uma convergência mais clara às metas de inflação e uma recuperação econômica lenta, porém sustentável, desde que os desafios fiscais e externos sejam equacionados.
Mais detalhes sobre o Boletim Focus
O Boletim Focus divulgado em 29 de setembro de 2025 traz importantes projeções e expectativas de mercado para os próximos anos, abrangendo indicadores econômicos fundamentais como o IPCA, PIB, câmbio, SELIC e IGP-M. Esses dados fornecem um panorama essencial para compreender a trajetória da economia brasileira e as perspectivas dos analistas do mercado financeiro. A seguir, apresentamos uma análise detalhada desses indicadores com base nas informações fornecidas.
IPCA: Pressões inflacionárias continuam moderando As expectativas para o Índice Nacional de Preços ao Consumidor Amplo (IPCA) em 2025 foram revisadas para 4,81%, uma redução significativa em relação às previsões anteriores de 4,83%, refletindo uma tendência contínua de moderação das pressões inflacionárias. Para 2026, a projeção foi ajustada para 4,28%, ainda acima da meta central de 3,5%, mas demonstrando uma trajetória de arrefecimento. Em 2027, as expectativas apontam para 3,90%, sugerindo que o mercado espera uma política monetária eficaz no controle da inflação no médio prazo. Já para 2028, as projeções indicam 3,70%, reforçando a expectativa de desaceleração inflacionária. A inflação acumulada nos últimos 12 meses suavizada apresenta uma queda gradual, passando de 4,80% em setembro para 4,26% projetados para outubro, indicando um cenário de maior estabilidade.
PIB: Perspectivas de crescimento mostram recuperação gradual O Produto Interno Bruto (PIB) para 2025 teve sua projeção ajustada para 2,16%, uma melhora significativa em relação às expectativas anteriores de 2,18%. Esse cenário reflete uma recuperação econômica mais robusta, impulsionada por reformas estruturais e melhora no ambiente de negócios. Para 2026, a previsão de crescimento foi revisada para 1,80%, indicando uma desaceleração temporária. A partir de 2027, o mercado projeta uma estabilização, com expansão de 1,90%, sustentada por avanços na produtividade e investimentos. Contudo, a estabilidade nas projeções recentes sugere cautela, já que investimentos privados e consumo das famílias ainda enfrentam obstáculos, como crédito caro e desemprego elevado. Para 2028, a projeção é de 2,00%, indicando uma retomada mais consistente.
Câmbio: Real mostra sinais de valorização A taxa de câmbio para 2025 foi revisada para R$ 5,50/US$, uma leve desvalorização em comparação com as projeções anteriores. No curto prazo, o dólar deve oscilar entre R$ 5,50 (setembro) e R$ 5,45 (outubro), influenciado por fluxos comerciais e volatilidade global. Para 2026, 2027 e 2028, a projeção é de R$ 5,60/US$, indicando estabilidade relativa. Essa tendência depende, porém, de fatores como a política monetária norte-americana, os preços das commodities e a atratividade de investimentos no Brasil. A valorização do real, se confirmada, poderia contribuir para reduzir pressões inflacionárias, especialmente em itens importados.
SELIC: Juros altos persistem, mas com perspectiva de corte A taxa Selic permanece em 15,00% ao ano em 2025, mantendo o aperto monetário para controlar a inflação. Para os próximos anos, as projeções indicam reduções graduais: 12,25% em 2026, 10,50% em 2027 e 10,00% em 2028. Apesar do início do ciclo de cortes (com a Selic projetada em 15,00% para setembro de 2025), o Banco Central segue cauteloso, priorizando a ancoragem das expectativas inflacionárias. A manutenção de juros elevados por um período prolongado pode limitar o crescimento econômico, mas é vista como necessária para garantir a estabilidade de preços.
IGP-M: Inflação de custos pressiona setores regulados O Índice Geral de Preços – Mercado (IGP-M) para 2025 foi revisado para 1,09%, refletindo altas em preços de atacado e custos de produção. Para 2026, a projeção é de 4,18%, com desaceleração para 4,00% em 2027 e 2028. Esse índice, crucial para contratos de aluguel e investimentos em infraestrutura, segue influenciado por commodities e ajustes governamentais. A inflação acumulada nos últimos 12 meses suavizada para o IGP-M também mostra moderação, passando de 1,02% em setembro para 4,15% em outubro, sinalizando alívio gradual.
Conclusão: Cenário desafiador, mas com perspectivas de estabilização O Boletim Focus de setembro reforça um cenário de transição para a economia brasileira em 2025: inflação elevada, crescimento modesto e juros persistentemente altos. No entanto, as projeções para os anos subsequentes apontam para uma trajetória de estabilização, com inflação convergindo para a meta, câmbio mais equilibrado e redução gradual da Selic. Esses elementos dependem, contudo, de reformas estruturais que aumentem a produtividade, a confiança dos investidores e a sustentabilidade fiscal. O equilíbrio entre controle inflacionário e estímulo ao crescimento permanece como o principal desafio para as autoridades econômicas nos próximos anos.
Mais detalhes sobre o Boletim Focus
1. Inflação (IPCA)
- 2025:
- Projeção atual: 5,70% (estável nas últimas semanas).
- Variação mensal esperada:
- Setembro: 0,42% (aumento recente).
- Outubro: 0,41% (diminuição recente).
- Novembro: 0,40% (diminuição recente).
- Inflação acumulada em 12 meses (suavizada): 5,45% (estável).
- 2026:
- Projeção atual: 4,50% (estável nas últimas semanas).
2. Taxa Selic (Taxa Básica de Juros)
- 2025:
- Projeção atual: 14,75% a.a. (estável nas últimas semanas).
- 2026:
- Projeção atual: 12,50% a.a. (estável nas últimas semanas).
3. IGP-M (Índice Geral de Preços – Mercado)
- 2025:
- Projeção atual: 5,00% (estável nas últimas semanas).
- Expectativa para os próximos meses:
- Setembro: 0,42% (aumento recente).
- Outubro: 0,41% (diminuição recente).
- Novembro: 0,40% (diminuição recente).
- Inflação acumulada em 12 meses (suavizada): 5,45% (estável).
- 2026:
- Projeção atual: 4,60% (estável nas últimas semanas).
4. IPCA Administrados
- 2025:
- Projeção atual: 4,57% (estável nas últimas semanas).
- 2026:
- Projeção atual: 4,29% (estável nas últimas semanas).
5. Taxa de Câmbio (R$/US$)
- 2025:
- Projeção atual: 5,85 R$/US$ (estável nas últimas semanas).
- 2026:
- Projeção atual: 5,85 R$/US$ (estável nas últimas semanas).
6. Produto Interno Bruto (PIB)
- 2025:
- Crescimento projetado: 2,00% (estável nas últimas semanas).
- 2026:
- Crescimento projetado: 1,70% (estável nas últimas semanas).
7. Conta Corrente (em US$ bilhões)
- 2025:
- Projeção atual: -56,00 bilhões de dólares (estável nas últimas semanas).
- 2026:
- Projeção atual: -52,90 bilhões de dólares (diminuição recente).
8. Balança Comercial (em US$ bilhões)
- 2025:
- Projeção atual: 75,00 bilhões de dólares (estável nas últimas semanas).
- 2026:
- Projeção atual: 78,50 bilhões de dólares (diminuição recente).
9. Investimento Direto no País (IDP) (em US$ bilhões)
- 2025:
- Projeção atual: 70,00 bilhões de dólares (estável nas últimas semanas).
- 2026:
- Projeção atual: 70,00 bilhões de dólares (diminuição recente).
10. Dívida Líquida do Setor Público (% do PIB)
- 2025:
- Projeção atual: 65,70% do PIB (diminuição recente).
- 2026:
- Projeção atual: 70,10% do PIB (diminuição recente).
11. Resultado Primário (% do PIB)
- 2025:
- Projeção atual: -0,60% do PIB (estável nas últimas semanas).
- 2026:
- Projeção atual: -0,67% do PIB (aumento recente).
12. Resultado Nominal (% do PIB)
- 2025:
- Projeção atual: -9,00% do PIB (estável nas últimas semanas).
- 2026:
- Projeção atual: -8,50% do PIB (diminuição recente).