O que o último Boletim Focus Projeta para o Brasil
O Boletim Focus de 01 de Dezembro de 2025 reforça um cenário de transição para a economia brasileira. Em 2025, a inflação segue acima da meta, enquanto o PIB avança modestamente. O câmbio mantém estabilidade, e a Selic permanece elevada, com cortes esperados apenas a partir de 2026. O IGP-M acompanha a trajetória do IPCA, com desaceleração gradual. Para os anos seguintes, as projeções sugerem uma convergência mais clara às metas de inflação e uma recuperação econômica lenta, porém sustentável, desde que os desafios fiscais e externos sejam equacionados.
IPCA (Índice de Preços ao Consumidor Amplo)
O IPCA, índice oficial que mede a inflação no Brasil, apresenta projeções relevantes para os anos de 2025 e 2026. Para 2025, a expectativa é de uma variação de 4,91%, um recuo em relação à previsão anterior de 4,93%, conforme indicado por ▼(1). Esse comportamento reflete pressões inflacionárias ainda presentes na economia, especialmente nos preços administrados, cuja variação projetada para 2025 caiu para 4,86%, um recuo em relação à previsão anterior de 4,88%, conforme indicado por ▼(1). Já para 2026, a expectativa é de estabilidade, com o IPCA projetado em 4,37%, uma redução em relação à previsão anterior de 4,39%, conforme indicado por ▼(1). Nos meses iniciais de 2025, as projeções mensais mostram moderação, com variações de 0,38% em novembro e 0,34% em dezembro. A inflação acumulada nos últimos 12 meses apresenta sinais de desaceleração, caindo de 4,93% para 4,91% até janeiro de 2026.
PIB (Produto Interno Bruto)
As projeções para o PIB brasileiro indicam um crescimento positivo para os próximos anos. Para 2025, a mediana das expectativas aponta para um crescimento de 2,00% em relação ao ano anterior, sem alterações significativas em relação à previsão anterior, conforme indicado por (1). Esse cenário sugere uma leve melhora na atividade econômica, influenciada por políticas fiscais mais equilibradas e uma demanda interna mais resiliente. Para 2026, a expectativa é de um crescimento ainda mais robusto, com o PIB variando 1,70% sobre o ano anterior, um aumento em relação à previsão anterior de 1,61%, conforme indicado por ▲(1). Nos anos seguintes, as projeções indicam uma recuperação gradual, mas ainda insuficiente para retornar a patamares mais robustos de expansão econômica, com variações projetadas de 2,00% tanto para 2027 quanto para 2028.
Câmbio (R$/US$)
O mercado projeta estabilidade no câmbio para os próximos anos. Para 2025, a taxa de câmbio é esperada em R$ 5,90 por dólar, refletindo leve valorização do real em relação à previsão anterior de R$ 5,95, conforme indicado por ▼(1). Para 2026, a expectativa é de estabilidade em R$ 5,90 por dólar, com tendência de equilíbrio entre oferta e demanda por moeda estrangeira. No curto prazo, a projeção para novembro de 2025 indica uma taxa de R$ 5,85, com tendência de estabilidade nos meses subsequentes.
Selic (Taxa Básica de Juros)
A Selic, principal instrumento de política monetária do Banco Central, permanece em níveis elevados para conter as pressões inflacionárias. Para 2025, a mediana das expectativas indica que a Selic permanecerá em 15,00% ao ano, sem alterações significativas nas últimas semanas, conforme indicado por (18). Para 2026, a expectativa de corte gradual segue em 12,50% ao ano, com perspectiva de redução para 10,00% até 2028. Nos meses iniciais de 2025, a Selic mantém-se estável em 14,75% ao ano, sem alterações nas últimas semanas.
IGP-M (Índice Geral de Preços – Mercado)
O IGP-M, amplamente utilizado no reajuste de contratos, também apresenta projeções relevantes. Para 2025, a expectativa é de uma variação de 4,76%, um recuo em relação à previsão anterior de 4,78%, conforme indicado por ▼(1). Para 2026, a projeção é de estabilidade, com o índice variando 4,60%, um aumento em relação à previsão anterior de 4,62%, conforme indicado por ▲(1). Nos meses iniciais de 2025, as projeções mensais mostram estabilidade, com variações de 0,02% em novembro e 0,29% em dezembro. A inflação acumulada nos últimos 12 meses também apresenta sinais de moderação, com uma alta de 5,15% para 5,18% até janeiro de 2026.
Resultado Nominal (% do PIB)
O resultado nominal do governo federal, expresso como percentual do PIB, também foi atualizado. Para 2025, a expectativa é de um déficit de -8,50% do PIB, uma queda em relação à previsão anterior de -8,45%, conforme indicado por ▼(1). Para 2026, a projeção é de um déficit menor, com -8,40% do PIB, um aumento em relação à previsão anterior de -8,45%, conforme indicado por ▲(1). Esses números refletem esforços contínuos para controlar as despesas públicas e melhorar a sustentabilidade fiscal.
Conclusão
Essa análise detalhada dos principais indicadores econômicos revela um cenário de ajustes graduais, com desafios no curto prazo, mas perspectivas de estabilização nos anos seguintes. Apesar das pressões inflacionárias e do crescimento econômico modesto, as projeções para 2026 e anos subsequentes sinalizam moderação da inflação e redução gradual da Selic, sugerindo um horizonte de maior estabilidade. O equilíbrio cambial e a convergência do IGP-M ao IPCA reforçam a expectativa de normalização dos indicadores econômicos. Além disso, o resultado nominal do governo mostra avanços na gestão fiscal, embora ainda haja espaço para melhorias significativas.
Mais detalhes sobre o Boletim Focus
IPCA – Índice Nacional de Preços ao Consumidor Amplo
As expectativas para o IPCA revelam uma trajetória de desaceleração inflacionária ao longo do horizonte de projeção, embora os números permaneçam acima da meta central de inflação estabelecida pelo Banco Central. Para o ano de 2025, a mediana das expectativas situa-se em 4,43%, apresentando uma leve redução em relação à semana anterior, quando estava em 4,45%, e comparado a quatro semanas atrás, quando marcava 4,55%. Esta tendência de queda vem sendo observada há três semanas consecutivas, com 151 respondentes contribuindo para esta projeção nos últimos trinta dias.
Analisando o cenário de curto prazo, as projeções mensais demonstram uma dinâmica interessante. Para novembro de 2025, a expectativa mediana é de uma variação de 0,20%, tendo recuado de 0,21% na semana anterior. Dezembro de 2025 apresenta uma projeção de 0,47%, mantendo-se estável em relação à semana anterior, enquanto janeiro de 2026 aponta para 0,42%, também estável. A inflação acumulada em doze meses, considerando uma suavização estatística, está projetada em 4,10%, com leve alta em relação à semana anterior.
Para 2026, o mercado projeta um IPCA de 4,17%, valor que apresentou pequena redução de 4,18% observado na semana anterior. Esta expectativa vem caindo há duas semanas consecutivas e conta com a participação de 148 respondentes. O ano de 2027 apresenta uma projeção de 3,80%, mantendo-se estável nas últimas quatro semanas, com 125 analistas contribuindo para esta estimativa. Já para 2028, a expectativa permanece em 3,50%, também estável há quatro semanas, com base nas respostas de 113 participantes da pesquisa.
PIB – Produto Interno Bruto
As projeções para o crescimento econômico brasileiro mostram uma desaceleração gradual após um desempenho relativamente robusto em 2025. Para o ano corrente, a expectativa mediana aponta para um crescimento de 2,16% em relação ao ano anterior, mantendo-se estável há cinco semanas consecutivas. Este número conta com a participação de 116 respondentes nos últimos trinta dias e 30 nos últimos cinco dias úteis, demonstrando um consenso razoável entre os analistas de mercado.
O cenário para 2026 indica uma moderação no ritmo de expansão da atividade econômica, com projeção de crescimento de 1,78%, também estável há cinco semanas. Esta desaceleração reflete as expectativas de um ambiente macroeconômico mais desafiador, com juros elevados e possíveis restrições fiscais impactando o dinamismo da economia. Para 2027, observa-se uma leve recuperação nas expectativas, com o PIB projetado em 1,83%, apresentando uma pequena queda em relação à semana anterior, quando estava em 1,88%. Esta projeção conta com 83 respondentes e vem sendo ajustada há uma semana.
O ano de 2028 mantém a projeção de crescimento em 2,00%, estável há impressionantes noventa semanas consecutivas, o que demonstra uma visão de longo prazo relativamente consolidada entre os analistas. Este número é baseado nas respostas de 78 participantes da pesquisa, sugerindo um cenário de normalização gradual do crescimento econômico brasileiro em direção ao seu potencial de longo prazo.
Câmbio
As expectativas para a taxa de câmbio revelam uma perspectiva de depreciação moderada do real frente ao dólar americano ao longo dos próximos anos. Para o final de 2025, a mediana das projeções aponta para uma cotação de 5,40 reais por dólar, mantendo-se estável há duas semanas consecutivas. Esta estimativa conta com 119 respondentes nos últimos trinta dias e 33 nos últimos cinco dias úteis, indicando um razoável grau de convergência nas expectativas cambiais de curto prazo.
Observando as projeções mensais, nota-se que o mercado não espera grandes oscilações no curtíssimo prazo. Para novembro de 2025, a expectativa é de que o câmbio se mantenha em torno de 5,38 a 5,40 reais por dólar. Dezembro de 2025 e janeiro de 2026 apresentam projeções estáveis em 5,40 reais por dólar, demonstrando uma visão de relativa estabilidade cambial no horizonte imediato.
Para 2026, a projeção mediana se situa em 5,50 reais por dólar, mantendo-se estável há sete semanas consecutivas, com 118 respondentes contribuindo para esta estimativa. Este patamar mais depreciado reflete as expectativas de continuidade dos desafios fiscais domésticos e possíveis mudanças no cenário internacional. Os anos de 2027 e 2028 mantêm a mesma projeção de 5,50 reais por dólar, estáveis há cinco semanas para ambos os períodos, com 88 e 81 respondentes respectivamente. Esta estabilidade nas projeções de médio e longo prazo sugere que o mercado antecipa um novo patamar de equilíbrio para a moeda brasileira, mais depreciado que o atual, mas sem expectativas de desvalorização adicional significativa.
SELIC – Taxa Básica de Juros
As expectativas para a taxa Selic revelam um cenário de política monetária significativamente mais restritiva nos próximos anos, refletindo os desafios inflacionários e fiscais enfrentados pela economia brasileira. Para o final de 2025, a mediana das projeções aponta para uma Selic de 15,00% ao ano, mantendo-se estável há impressionantes vinte e três semanas consecutivas. Esta expectativa conta com 138 respondentes nos últimos trinta dias e 40 nos últimos cinco dias úteis, demonstrando um forte consenso de que o Banco Central precisará manter os juros em patamares elevados para ancorar as expectativas inflacionárias.
As projeções mensais confirmam esta trajetória de aperto monetário. Para novembro de 2025, a Selic já está projetada em 15,00%, e para dezembro de 2025 e janeiro de 2026, a expectativa é de que a taxa se mantenha neste mesmo patamar, com 15,00% e 14,75% respectivamente. Esta última projeção para janeiro de 2026 está estável há quatorze semanas, sugerindo que o mercado antecipa o início de um ciclo de estabilização ou eventual flexibilização apenas no início do próximo ano.
Para 2026, a expectativa mediana aponta para uma Selic de 12,00% ao ano, com pequena redução em relação à semana anterior e estável há uma semana. Este nível ainda representa uma política monetária bastante contracionista, mas indica que o mercado projeta algum espaço para redução dos juros ao longo do ano, possivelmente na segunda metade, caso a inflação mostre sinais consistentes de convergência para a meta. O ano de 2027 apresenta uma projeção de 10,50% ao ano, estável há quarenta e duas semanas, com 110 respondentes, indicando expectativas de normalização gradual da política monetária.
Para 2028, observa-se uma tendência de queda nas projeções, com a Selic esperada em 9,50% ao ano, apresentando redução em relação às semanas anteriores, quando estava em 9,75% e 10,00%. Esta trajetória descendente vem ocorrendo há duas semanas e conta com 100 respondentes, sugerindo que o mercado começa a vislumbrar um cenário de maior normalização monetária no horizonte mais longo, embora ainda acima dos níveis historicamente baixos observados em alguns períodos recentes.
IGP-M – Índice Geral de Preços do Mercado
As expectativas para o IGP-M apresentam uma dinâmica particularmente interessante, com projeções negativas para o curto prazo seguidas de aceleração nos anos subsequentes. Para 2025, a mediana das expectativas aponta para uma deflação de 0,57%, apresentando queda em relação à semana anterior, quando estava em -0,41%, e há quatro semanas, quando marcava -0,20%. Esta tendência de revisão para baixo vem ocorrendo há doze semanas consecutivas, com 75 respondentes contribuindo para esta projeção nos últimos trinta dias.
Analisando o comportamento mensal, observa-se que novembro de 2025 apresentou uma variação de 0,34%, enquanto dezembro de 2025 está projetado em 0,47%, com leve queda em relação à semana anterior. Janeiro de 2026 aponta para 0,40%, com pequeno aumento em relação à projeção anterior. A inflação acumulada em doze meses pelo IGP-M, considerando suavização, está em 4,07%, apresentando queda há três semanas consecutivas.
Para 2026, o cenário muda significativamente, com o IGP-M projetado em 4,00%, mantendo-se estável há uma semana após pequenas oscilações. Este número conta com 73 respondentes e representa uma reversão importante em relação ao cenário deflacionário de 2025. Os anos de 2027 e 2028 mantêm projeções também em patamares elevados, com 4,00% e 3,85% respectivamente. Para 2027, a expectativa permanece estável há quarenta e seis semanas, enquanto para 2028 observou-se um pequeno aumento recente, de 3,80% para 3,85%, movimento que ocorreu há uma semana.
Esta dinâmica do IGP-M reflete tanto fatores conjunturais quanto estruturais da economia brasileira, incluindo a evolução dos preços no atacado, commodities e construção civil, setores que têm peso significativo na composição deste índice. A transição de um cenário deflacionário em 2025 para inflação mais elevada nos anos seguintes sugere expectativas de recuperação de preços em setores específicos e possível repasse cambial, considerando as projeções de depreciação do real apresentadas anteriormente.