Boletim Focus 03/11/2025: Inflação cai, Câmbio e Selic estável.

O que o último Boletim Focus Projeta para o Brasil

O Boletim Focus de 31 de outubro de 2025 reforça um cenário de transição para a economia brasileira. Em 2025, a inflação segue acima da meta, enquanto o PIB avança modestamente. O câmbio mantém estabilidade, e a Selic permanece elevada, com cortes esperados apenas a partir de 2026. O IGP-M acompanha a trajetória do IPCA, com desaceleração gradual. Para os anos seguintes, as projeções sugerem uma convergência mais clara às metas de inflação e uma recuperação econômica lenta, porém sustentável, desde que os desafios fiscais e externos sejam equacionados.


IPCA – Índice Nacional de Preços ao Consumidor Amplo

As expectativas para o IPCA revelam uma trajetória de desaceleração inflacionária ao longo do horizonte de projeção, embora os números para 2025 permaneçam significativamente acima da meta estabelecida pelo Banco Central. Para o ano corrente de 2025, a mediana das expectativas está em 4,55%, apresentando uma leve queda de seis pontos-base em relação à semana anterior, com 147 respondentes contribuindo para esta estimativa. Este patamar representa uma redução em relação às 4,80% projetadas há quatro semanas, sinalizando uma revisão gradual das expectativas inflacionárias de curto prazo.

Analisando a dinâmica mensal mais recente, observa-se que para outubro de 2025 a expectativa mediana se manteve estável em 0,16%, após uma redução nas semanas anteriores. Para novembro, a projeção caiu de 0,21% para 0,20% na última semana, mantendo uma tendência de baixa por duas semanas consecutivas. Dezembro apresenta expectativa de 0,50%, também com leve redução semanal. A inflação acumulada em doze meses suavizada está projetada em 4,06%, mantendo-se estável na última semana.

Para 2026, as projeções indicam uma desaceleração mais pronunciada, com o IPCA esperado em 4,20%, praticamente estável em relação à semana anterior, mas representando uma queda considerável frente aos 4,28% projetados há quatro semanas. Esta expectativa conta com 146 respondentes, demonstrando um consenso robusto entre os analistas de mercado. O movimento descendente sugere que o mercado antecipa efeitos positivos da política monetária contracionista sobre a dinâmica inflacionária.

O horizonte de 2027 apresenta expectativas ainda mais otimistas, com o IPCA projetado em 3,80%, uma redução de três pontos-base em relação à semana anterior e de dez pontos-base comparado às projeções de quatro semanas atrás. Este patamar aproxima-se significativamente do centro da meta de inflação, sugerindo que o mercado acredita em uma normalização gradual do ambiente inflacionário. Para 2028, as projeções indicam 3,50%, com queda de quatro pontos-base na última semana, representando o menor patamar esperado em todo o horizonte de projeção e situando-se confortavelmente dentro do intervalo de tolerância da meta inflacionária.

Quanto aos preços administrados, componente importante do IPCA, as expectativas para 2025 estão em 4,95%, com leve alta de um ponto-base na última semana, após dezenove semanas de estabilidade. Para 2026, projeta-se 3,87%, com queda de três pontos-base, enquanto 2027 mantém-se em 3,85% e 2028 apresenta 3,63%, com pequena redução semanal. Estes números sugerem uma pressão inflacionária mais moderada no segmento administrado comparativamente ao IPCA cheio em 2025, mas com convergência nos anos subsequentes.


PIB – Produto Interno Bruto

As projeções para o crescimento econômico brasileiro apresentam uma trajetória de desaceleração gradual, refletindo as expectativas de normalização da atividade econômica após um período de crescimento mais robusto. Para 2025, a mediana das expectativas mantém-se estável em 2,16%, sem alterações nas últimas quatro semanas, com 117 respondentes contribuindo para esta estimativa. Este patamar sugere que o mercado enxerga uma atividade econômica ainda relativamente aquecida, possivelmente sustentada pela demanda doméstica e pelo mercado de trabalho resiliente.

Para 2026, as projeções indicam uma moderação no ritmo de crescimento, com o PIB esperado em 1,78%, mantendo-se estável na última semana após pequenas revisões nas semanas anteriores. Este número conta com 113 respondentes e representa uma desaceleração de aproximadamente 38 pontos-base em relação a 2025, sugerindo que os efeitos da política monetária restritiva devem começar a se manifestar mais claramente na atividade econômica.

O ano de 2027 apresenta uma expectativa de recuperação, com o PIB projetado em 1,90%, representando um aumento de dois pontos-base na última semana após uma tendência de baixa. Esta revisão para cima, mesmo que modesta, pode indicar que o mercado antecipa uma retomada gradual do crescimento à medida que a inflação converge para a meta e as condições monetárias começam a se normalizar. Para 2028, as projeções mantêm-se estáveis em 2,00%, patamar que permanece inalterado há 86 semanas consecutivas, demonstrando uma visão consolidada do mercado sobre o potencial de crescimento de longo prazo da economia brasileira.


Câmbio – Taxa de Câmbio Real/Dólar

As expectativas para a taxa de câmbio revelam uma perspectiva de relativa estabilidade no curto prazo, seguida por uma depreciação gradual do real nos anos subsequentes. Para 2025, a mediana das projeções está em R$ 5,41 por dólar, mantendo-se estável na última semana após pequenas oscilações nas semanas anteriores, com 124 respondentes contribuindo para esta estimativa. Esta expectativa representa uma leve apreciação em relação às projeções de quatro semanas atrás, que indicavam R$ 5,45.

Analisando as projeções mensais de curto prazo, observa-se que para outubro de 2025 não há dados disponíveis na última atualização. Para novembro, a expectativa mantém-se em R$ 5,40, estável há quatro semanas consecutivas, enquanto dezembro projeta R$ 5,41, também estável na última semana. Esta consistência nas projeções de curtíssimo prazo sugere que o mercado não antecipa choques cambiais significativos no horizonte imediato.

Para 2026, as expectativas apontam para R$ 5,50 por dólar, representando uma depreciação de aproximadamente 1,7% em relação a 2025. Esta projeção mantém-se estável na última semana, mas apresentou pequenas revisões nas semanas anteriores, com 120 respondentes. O movimento esperado de depreciação pode refletir preocupações com o diferencial de juros à medida que a SELIC começa a cair, além de fatores estruturais relacionados às contas externas do país.

Os anos de 2027 e 2028 mantêm projeções idênticas de R$ 5,50 por dólar, com estabilidade praticamente absoluta nas últimas semanas. Para 2027, há 89 respondentes, enquanto 2028 conta com 81 respondentes. Esta convergência das expectativas em torno de R$ 5,50 sugere que o mercado enxerga um patamar de equilíbrio de longo prazo para a taxa de câmbio, possivelmente refletindo fundamentos macroeconômicos estruturais da economia brasileira e o cenário internacional esperado.


SELIC – Taxa Básica de Juros

As projeções para a taxa SELIC revelam uma das dinâmicas mais importantes do cenário macroeconômico brasileiro, com expectativas de manutenção dos juros elevados no curto prazo seguida por uma trajetória de redução gradual nos anos subsequentes. Para o final de 2025, a mediana das expectativas mantém-se em 15,00% ao ano, estável há dezenove semanas consecutivas, com 141 respondentes. Este patamar extremamente elevado reflete a necessidade percebida pelo mercado de manter uma postura monetária significativamente contracionista para combater as pressões inflacionárias.

As projeções mensais de curto prazo confirmam esta expectativa, com a SELIC esperada em 15,00% tanto para novembro quanto para dezembro de 2025, mantendo-se estável há dezenove semanas consecutivas. Esta consistência nas projeções sugere um forte consenso de mercado de que o Banco Central manterá os juros neste patamar elevado até o final do ano, possivelmente aguardando sinais mais claros de arrefecimento inflacionário antes de iniciar um ciclo de cortes.

Para 2026, as expectativas indicam uma redução substancial da taxa SELIC para 12,25% ao ano, representando um corte de 275 pontos-base em relação a 2025. Esta projeção mantém-se estável na última semana, mas apresentou pequenas revisões nas semanas anteriores, com 140 respondentes. O movimento esperado de flexibilização monetária reflete a antecipação de que a inflação estará em trajetória descendente e mais próxima da meta, permitindo ao Banco Central iniciar um ciclo de redução de juros sem comprometer o processo de convergência inflacionária.

O ano de 2027 apresenta expectativa de SELIC em 10,50% ao ano, mantendo-se estável há 38 semanas consecutivas, com 110 respondentes. Esta projeção representa uma redução adicional de 175 pontos-base em relação a 2026, sugerindo a continuidade do processo de normalização monetária. Para 2028, as projeções indicam 10,00% ao ano, estáveis há 45 semanas consecutivas, com 96 respondentes. Este patamar é visto pelo mercado como uma taxa de juros neutra de longo prazo, que equilibra crescimento econômico e estabilidade de preços, embora ainda permaneça em níveis historicamente elevados em comparação internacional.


IGP-M – Índice Geral de Preços do Mercado

As expectativas para o IGP-M apresentam uma dinâmica particularmente interessante, com revisões significativas nas projeções de curto prazo e uma trajetória de desaceleração ao longo do horizonte de projeção. Para 2025, a mediana das expectativas sofreu uma revisão substancial, caindo de 0,49% há uma semana para -0,20% atualmente, representando uma redução de oito pontos-base e marcando a oitava semana consecutiva de movimento descendente. Esta projeção conta com 75 respondentes e sugere que o mercado antecipa uma deflação no índice para o ano corrente, movimento bastante significativo considerando as projeções anteriores.

Analisando as projeções mensais, observa-se que para outubro de 2025 não há dados disponíveis na última atualização. Para novembro, a expectativa caiu de 0,58% para 0,42%, mantendo tendência de baixa por cinco semanas consecutivas. Dezembro apresenta projeção de 0,56%, com queda de três pontos-base na última semana. A inflação acumulada em doze meses suavizada está projetada em 4,24%, também apresentando redução de quatro pontos-base na última semana, confirmando a tendência de arrefecimento deste indicador.

Para 2026, as expectativas indicam IGP-M de 4,08%, com leve redução de um ponto-base na última semana e queda de doze pontos-base em relação às projeções de quatro semanas atrás. Este número conta com 73 respondentes e representa uma aceleração significativa em relação à deflação esperada para 2025, sugerindo uma normalização do índice após o movimento atípico do ano corrente. O IGP-M tende a apresentar maior volatilidade que o IPCA devido à sua composição, que inclui preços no atacado e na construção civil.

O ano de 2027 mantém expectativas estáveis em 4,00%, sem alterações há 42 semanas consecutivas, com 64 respondentes. Para 2028, as projeções indicam 3,86%, estáveis na última semana, com 57 respondentes. Estes patamares sugerem que o mercado espera uma convergência gradual do IGP-M para níveis mais compatíveis com a meta de inflação do IPCA, embora historicamente o IGP-M tenda a apresentar variações mais amplas devido à sua metodologia de cálculo e composição de preços.

A análise consolidada do Boletim Focus revela um cenário macroeconômico complexo, com expectativas de manutenção de juros elevados no curto prazo para combater a inflação, seguido por uma normalização gradual tanto da política monetária quanto dos indicadores de preços. O crescimento econômico deve desacelerar em 2026 antes de uma recuperação modesta nos anos subsequentes, enquanto o câmbio deve apresentar depreciação gradual mas controlada. As revisões recentes nas expectativas, particularmente para o IGP-M e para a inflação de curto prazo, demonstram a dinâmica e a incerteza inerentes ao ambiente econômico atual.


Mais detalhes sobre o Boletim Focus

O Boletim Focus divulgado em 31 de outubro de 2025 traz importantes projeções e expectativas de mercado para os próximos anos, abrangendo indicadores econômicos fundamentais como o IPCA, PIB, câmbio, SELIC e IGP-M. Esses dados fornecem um panorama essencial para compreender a trajetória da economia brasileira e as perspectivas dos analistas do mercado financeiro. A seguir, apresentamos uma análise detalhada desses indicadores com base nas informações fornecidas.

IPCA: Pressões inflacionárias continuam moderando As expectativas para o Índice Nacional de Preços ao Consumidor Amplo (IPCA) em 2025 foram revisadas para 4,55%, uma redução significativa em relação às previsões anteriores de 4,81%, refletindo uma tendência contínua de moderação das pressões inflacionárias. Para 2026, a projeção foi ajustada para 4,20%, ainda acima da meta central de 3,5%, mas demonstrando uma trajetória de arrefecimento. Em 2027, as expectativas apontam para 3,80%, e para 2028, a projeção é de 3,50%, reforçando a expectativa de convergência da inflação à meta em médio prazo. A inflação acumulada nos últimos 12 meses suavizada apresenta uma queda acentuada, passando de 4,06% em outubro para 4,06% projetados para dezembro, indicando estabilidade e consistência na desaceleração inflacionária.

PIB: Perspectivas de crescimento mostram estabilidade O Produto Interno Bruto (PIB) para 2025 teve sua projeção mantida em 2,16%, sem alterações em relação às expectativas anteriores. Esse cenário reflete uma recuperação econômica moderada, impulsionada por reformas estruturais e melhora gradual no ambiente de negócios. Para 2026, a previsão de crescimento foi ajustada para 1,78%, indicando uma desaceleração temporária. A partir de 2027, o mercado projeta uma leve recuperação, com expansão de 1,90%, sustentada por ganhos de produtividade e investimentos. Para 2028, a projeção é de 2,00%, sugerindo uma retomada mais consistente, embora ainda condicionada à manutenção de políticas macroeconômicas sólidas e à melhora do clima de confiança.

Câmbio: Real mostra estabilidade frente ao dólar A taxa de câmbio para 2025 foi revisada para R$ 5,41/US$, confirmando a valorização do real observada nos meses anteriores. No curto prazo, o dólar deve se manter estável entre R$ 5,41 (outubro) e R$ 5,41 (novembro), influenciado por fluxos de comércio exterior e pela atratividade de ativos brasileiros. Para 2026, 2027 e 2028, a projeção permanece estável em R$ 5,50/US$, indicando expectativas de equilíbrio nas contas externas. Essa estabilidade cambial pode contribuir para a contenção de pressões inflacionárias, especialmente em bens importados, e favorece a previsibilidade para exportadores e importadores.

SELIC: Juros elevados mantidos com cortes esperados no médio prazo A taxa Selic permanece projetada em 15,00% ao ano em 2025, refletindo o compromisso do Banco Central com o controle inflacionário. Para os anos seguintes, as expectativas apontam para reduções graduais: 12,25% em 2026, 10,50% em 2027 e 10,00% em 2028. Apesar da inflação em trajetória descendente, o Banco Central mantém cautela, evitando cortes abruptos que possam comprometer a ancoragem das expectativas. A Selic projetada para o curto prazo (outubro e novembro de 2025) permanece em 15,00%, indicando que o ciclo de cortes ainda não se iniciou, mas é esperado no médio prazo, à medida que a inflação convergir para a meta.

IGP-M: Inflação de custos mostra forte desaceleração O Índice Geral de Preços – Mercado (IGP-M) para 2025 foi revisado drasticamente para -0,20%, refletindo uma contração nos preços no atacado e forte desaceleração nos custos de produção. Para 2026, a projeção é de 4,08%, com estabilidade em 4,00% em 2027 e 2028. Esse índice, amplamente utilizado em contratos de aluguel e investimentos em infraestrutura, apresenta uma trajetória de normalização após a anomalia observada em 2025. A inflação acumulada nos últimos 12 meses suavizada para o IGP-M mostra forte queda, passando de 4,53% em outubro para 4,17% em dezembro, sinalizando alívio significativo nas pressões de custos na economia.

Conclusão: Cenário de convergência inflacionária e crescimento moderado O Boletim Focus de outubro reforça um cenário de transição para a economia brasileira em 2025: inflação em trajetória clara de queda, crescimento moderado e juros ainda elevados. As projeções para os anos seguintes indicam uma trajetória de estabilização, com inflação convergindo para a meta, câmbio equilibrado e redução gradual da Selic. Esses elementos dependem, contudo, da manutenção de um ambiente de responsabilidade fiscal, avanço em reformas estruturais e confiança dos agentes econômicos. O equilíbrio entre controle inflacionário e estímulo ao crescimento permanece como o principal desafio para as autoridades econômicas nos próximos anos.

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